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O impacto das doenças autoimunes nos rins: causas, consequências e cuidados essenciais

02 de Maio de 2025

 O sistema imunológico desempenha um papel essencial na defesa do organismo contra agentes invasores, funcionando como um time bem coordenado. No entanto, em alguns casos, esse sistema se desregula e passa a atacar células saudáveis do próprio corpo, originando as doenças autoimunes.  De acordo com a médica Ângela Santos, nefrologista da Uninefron, essas doenças englobam mais de 80 tipos. “E elas podem afetar os rins de diversas formas, causando inflamação, lesões e até a perda progressiva da função renal”, alerta.

Ângela Santos explica que as doenças autoimunes são distúrbios nos quais o sistema imunológico, que normalmente protege o organismo contra bactérias e vírus, começa a atacar equivocadamente tecidos saudáveis. “Nessas condições, o sistema imunológico perde a capacidade de diferenciar células próprias de agentes externos, desencadeando uma resposta contra órgãos e estruturas internas, como se fossem ameaças”, destaca a nefrologista, ressaltando que entre os exemplos mais comuns estão a artrite reumatoide, o lúpus eritematoso sistêmico, o diabetes tipo 1 e a doença de Crohn.
Como as doenças autoimunes podem afetar os rins?
A nefrologista Ângela Santos explicou como as doenças autoimunes podem afetar os rins. Acompanhe:
  1. Glomerulonefrite autoimune
Algumas doenças autoimunes provocam inflamação nos glomérulos (estruturas responsáveis pela filtragem do sangue nos rins), resultando em glomerulonefrite. Essa condição pode levar a proteinúria (perda de proteínas na urina), hematúria (presença de sangue na urina), hipertensão e insuficiência renal progressiva.
2. Doenças autoimunes associadas a nefropatias
Entre as principais doenças autoimunes que frequentemente comprometem a função renal, destacam-se:
  • Lúpus eritematoso sistêmico (LES): Pode causar nefrite lúpica, uma inflamação grave dos rins.
  • Síndrome de Goodpasture: O sistema imunológico ataca simultaneamente os rins e os pulmões, levando à insuficiência renal rapidamente progressiva.
  • Vasculites (como granulomatose com poliangeíte): Inflamação dos vasos sanguíneos que pode afetar os rins.
  • Esclerodermia: Pode desencadear crise renal esclerodérmica, caracterizada por hipertensão grave e insuficiência renal.
3. Insuficiência renal crônica e doença renal terminal
A inflamação persistente e os danos progressivos podem comprometer irreversivelmente a função dos rins, resultando em insuficiência renal crônica. Em estágios avançados, a condição pode evoluir para doença renal terminal, exigindo tratamento com diálise ou transplante renal.
Ângela Santos ressaltou ainda que, além dos impactos diretos das doenças autoimunes nos rins, alguns tratamentos imunossupressores utilizados para controlar essas condições podem comprometer as defesas do organismo, tornando os pacientes mais vulneráveis a infecções, que, por sua vez, podem prejudicar os rins. “Apesar desses riscos, nem todos os pacientes com doenças autoimunes desenvolverão doença renal crônica (DRC). O controle eficaz da condição autoimune desempenha um papel fundamental na prevenção de complicações renais”, explica a médica.
Cuidados e tratamento
Pessoas com doenças autoimunes devem adotar cuidados específicos para prevenir complicações renais. O controle rigoroso da doença, com acompanhamento médico regular e adesão ao tratamento prescrito, é essencial para evitar danos aos rins. Exames periódicos, como avaliação da função renal e monitoramento da pressão arterial, ajudam na detecção precoce de problemas.
“A hidratação equilibrada e uma alimentação saudável, com redução de sal, ultraprocessados e excesso de proteínas, também são fundamentais. Além disso, a prevenção de infecções, com vacinas em dia e higiene adequada, é crucial, pois o uso de imunossupressores pode aumentar a vulnerabilidade a infecções que afetam os rins”, destaca Ângela Santos.
Evitar o uso indevido de medicamentos, como anti-inflamatórios não esteroides (AINEs), e adotar um estilo de vida saudável, incluindo atividade física e controle do estresse, são medidas que contribuem para a saúde renal. Por fim, estar atento a sinais como inchaço, alterações na urina, fadiga e hipertensão pode ajudar na identificação precoce de problemas.
“Com esses cuidados e acompanhamento médico adequado, é possível reduzir significativamente o risco de complicações renais associadas às doenças autoimunes”, finaliza a médica Ângela Santos, nefrologista da Uninefron.
 

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