Pacientes renais podem curtir o Carnaval? Confira as principais orientações da nefrologista da Uninefron
28 de Fevereiro de 2025O Carnaval 2025 chegou, e muitas pessoas podem se perguntar: pacientes renais podem aproveitar a folia? A resposta é sim! Mas, segundo a médica Ângela Santos, nefrologista da Uninefron, é essencial adotar alguns cuidados específicos para garantir que a saúde seja preservada durante a festividade. “O período dos festejos de Momo envolve atividades intensas, esforço físico e mudanças na rotina alimentar e na ingestão de líquidos. Por isso, é fundamental estar atento a algumas precauções”, alerta ela.
De acordo com a nefrologista, é muito importante que os pacientes renais sigam as orientações médicas sobre a ingestão de líquidos. “No calor do Carnaval, é importante manter o equilíbrio, evitando tanto a desidratação quanto o excesso de líquidos. Converse com seu médico para saber a quantidade ideal para você”, orienta Ângela Santos.
A médica da Uninefron dá outras dicas importantes relacionadas à alimentação, ao consumo de bebidas alcoólicas, à proteção solar e a outros fatores. Confira:
Alimentação: Evite alimentos ricos em sódio, como salgadinhos, fast food e itens processados. Leve lanches saudáveis, como frutas permitidas dentro da sua dieta, para evitar o consumo de alimentos inadequados durante o evento.
Evitar bebidas alcoólicas: O álcool pode sobrecarregar os rins e causar desidratação. Caso o consumo seja liberado pelo médico, deve ser moderado e acompanhado por hidratação, dentro dos limites estipulados.
Cuidado com o sol: Evite exposição excessiva ao sol, especialmente entre 10h e 16h. Use protetor solar, chapéus ou bonés; e prefira roupas leves e frescas.
Respeite seus limites: Se sentir cansaço, descanse. O esforço físico exagerado pode ser perigoso, especialmente para quem faz diálise ou possui restrições relacionadas ao tratamento.
Medicamentos: Não se esqueça de levar seus medicamentos e tomá-los nos horários corretos. Se for viajar, organize tudo com antecedência para evitar imprevistos.
Cuidados com a fístula ou o cateter: A fístula arteriovenosa e o cateter exigem atenção especial. Certifique-se de proteger essas áreas contra impactos fortes ou ferimentos que possam comprometer a movimentação da fístula ou causar danos às artérias.
Evite multidões excessivas: Lugares muito lotados aumentam o risco de infecções, algo que pacientes renais devem evitar. Dê preferência a eventos ao ar livre com mais espaço, apresentações musicais em ambientes controlados e desfiles em locais confortáveis.
“Além desses cuidados, pacientes que fazem hemodiálise devem informar à clínica sobre qualquer plano de viagem para garantir o acesso ao tratamento no destino”, ressalta Ângela Santos.
Carnaval e o perigo da rabdomiólise
Você já ouviu falar em rabdomiólise? Essa é uma condição séria causada pela degradação de músculos, geralmente associada a esforço físico extremo em um curto período de tempo, desidratação, insolação, queimaduras graves, doenças genéticas, inflamações e intoxicação por álcool, drogas ilícitas ou automedicação.
“Essa doença pode ser especialmente perigosa para pacientes renais, pois os rins são responsáveis por filtrar os resíduos da degradação muscular, como a mioglobina, uma proteína tóxica para os rins em altas concentrações. Isso eleva o risco de insuficiência renal aguda”, explica Ângela Santos.
Em pacientes com função renal já comprometida, o quadro pode evoluir rapidamente e de forma mais grave. Fatores como desidratação, medicamentos nefrotóxicos e comorbidades comuns em pacientes renais podem agravar ainda mais a situação. De acordo com a médica, os sintomas variam de leves a graves, podendo incluir:
Fraqueza muscular;
Dores e inchaços;
Urina escura;
Falta de ar;
Náuseas e tonturas;
Redução na produção de urina;
Sangramentos inexplicáveis.
Ângela Santos também explica o que fazer ao se constatar a rabdomiólise. Segundo ela, pode-se recorrer à hidratação intensa, com solução salina para proteger os rins; fazer o controle de eletrólitos, como potássio e cálcio, para evitar desequilíbrios; e em casos graves, pode ser necessária diálise para remover toxinas acumuladas. “Nesses casos, é muito importante ter um acompanhamento médico rigoroso até que o quadro da doença se estabilize e o paciente esteja fora de perigo”, conclui a médica Ângela Santos, nefrologista da Uninefron.