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Ácido úrico em excesso no organismo pode causar doença renal

28 de Março de 2024

O ácido úrico é produzido no fígado sendo o resultado do metabolismo de compostos chamados de purinas que estão presentes no nosso organismo e também nos alimentos que consumimos, principalmente nos ricos em proteínas. “Elevação dos níveis séricos do ácido úrico poderão implicar em complicações importantes como gota, nefropatia aguda e crônica por ácido úrico e litíase renal”, alerta a médica Vivianne Pinheiro, nefrologista da Uninefron. 

Em condições normais, há um equilíbrio entre a produção do ácido úrico no organismo e sua eliminação por meio do trabalho dos rins (na urina). “Uma dieta alimentar sem restrição de purinas será suficiente para manter a excreção urinária de ácido úrico em torno de 300 a 400mg ao dia. A persistência de níveis séricos elevados de ácido úrico, chamada de hiperirucemia, é uma alteração relativamente comum. Pode ser resultado de uma predisposição genética com aumento em sua produção (hiperprodução), da redução de sua excreção renal ou da combinação desses últimos dois fatores”, explica Vivianne Pinheiro.
Segundo a médica, a hiperuricemia pode não ter nenhuma causa (primária) ou ser identificado alguma situação que leve uma hiperprodução ou redução da excreção renal de urato (secundária). São várias as causas da hiperprodução, entre elas dietas ricas em purina e álcool, problemas na metabolização das purinas, estados de proliferação/destruição celular acelerada, como acontece em algumas neoplasias, presença de doenças como psoríase, Síndrome de Down e excesso de exercícios. Já as causas da hipoexcreção podem estar atreladas ao uso de certos medicamentos, como diuréticos, laxantes, entre outros, à doença crônica ou aguda dos rins, obesidade, hipotireoidismo e ao consumo excessivo de álcool.
 
Problemas renais mais comuns em consequência
 da alteração dos níveis de ácido úrico
 
Vivianne Pinheiro especifica que, a hiperuricemia poderá apresentar-se clinicamente de diversas formas. Entre os problemas renais mais comuns em consequência da alteração dos níveis de ácido úrico no organismo, estão os cálculos renais (pedras nos rins), nefropatia aguda e crônica pelo ácido úrico. “O excesso da substância se acumula nos rins, formando os cálculos e causando alguns sintomas, como dor lombar e presença de sangue na urina”, completa ela. 
“Vale ressaltar”, continua a médica, “que além dos problemas renais, a hiperuricemia também pode causar a gota, que consiste no acúmulo de ácido úrico em diversas estruturas, principalmente nas articulações, resultando na artrite. É importante ficar atento aos sinais, que podem ser dor local e, eventualmente, febre, geralmente em uma única articulação. com a evolução pela cronificação da artrite surgem deformidades articulares e tofos”. 
A maioria dos pacientes não apresenta progressão do quadro clínico para gota ou doenças renais.  Sendo esse o cenário, o controle dos níveis de ácido úrico é feito com mudança do estilo de vida, investindo em hábitos saudáveis, que incluam dieta balanceada e prática de atividade física. 
“A alimentação deve incluir consumo de frutas e verduras e boa hidratação. Alguns alimentos devem ser consumidos com moderação, por exemplo, miúdos, carnes como bacon, vitela, cabrito e carneiro, frutos do mar, espinafre, ervilhas, cereais integrais, entre outros. As pessoas em que as complicações da hiperuricemia já estão estabelecidas são tratadas por meio de um atendimento multidisciplinar, englobando as medidas mencionadas acima e a prescrição de medicamentos específicos. Todas as medidas de controle e tratamento da doença devem ser realizadas sob orientação médica para que o resultado seja satisfatório”, finaliza a nefrologista da Uninefron, Vivianne Pinheiro.
 

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