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Conheça os sintomas, diagnóstico e tratamento da doença de Berger

09 de Janeiro de 2024

 A nefropatia IgA (NIgA), ou doença de Berger, é uma doença renal de origem imunológica que pode acarretar insuficiência renal, sendo responsável por cerca de 10% dos pacientes que evoluem para diálise no mundo. O problema foi descrito por Beger e Higlais em 1968 e, de acordo o médico Mário Henriques, nefrologista da Uninefron, é causado por um mau funcionamento dos anticorpos do tipo IgA. “O acúmulo de imunoglobulinas no chamado mesângio desencadeia uma reação inflamatória que, com o tempo e se não tratada, pode levar à destruição dos vasos sanguíneos e do tecido renal”, explica o especialista.

 
Ainda de acordo com Mário Henriques, por ser causada por um mau funcionamento do sistema imunológico, a nefropatia IgA é considerada uma doença autoimune, que não é resultado de nenhuma outra. Ela pode ocorrer em qualquer faixa etária, no entanto é mais prevalente na população entre 20 e 40 anos, principalmente em homens, brancos, com raros casos em negros. “A NIgA é caracterizada pela progressão lenta, podendo ser assintomática, o que dificulta o diagnóstico e o início do tratamento. Em outros casos, a doença pode se manifestar pela perda de sangue na urina (hematúria), elevação da creatinina sanguínea e até hipertensão arterial”, alerta o médico.
 
“O diagnóstico da doença de Berger” – continua Mário Henriques – “é feito a partir da observação da ocorrência persistente ou recorrente da hematúria e outros sinais, sendo confirmado pela realização de uma biópsia renal”. Ainda segundo ele, já o tratamento é variado. “Nos pacientes que desenvolvem a forma mais leve, com discreto sangramento, sem hipertensão, sem proteína na urina e creatinina normal, nenhuma intervenção é necessária, apenas acompanhamento médico e exames a cada seis meses. Nas pessoas com perda de proteína e hipertensão, é indicada a prescrição de anti-hipertensivos, que, além de controlarem a pressão, contribuem para redução da perda de proteína e proteção dos rins. Nos casos mais graves, faz-se necessário o uso de drogas imunossupressoras (entre eles os corticoides)”, garante o nefrologista.
 
O médico destaca ainda que, se não houver resposta ao tratamento aplicado, o paciente poderá evoluir com a perda irreversível da função renal e necessidade de terapia de substituição renal, por exemplo: hemodiálise, transplante renal. “É importante estar atento aos sinais e procurar atendimento médico imediatamente”, alerta o médico Mário Henriques, nefrologista da Uninefron.
 
Confira alguns fatores de mau prognóstico da doença de Berger
 
 – Idade do diagnóstico (quanto mais avançada, pior)
 
– Sexo masculino
 
– Proteinúria (proteína na urina) persistente > 1g por dia
 
– Creatinina > 1,5 mg/dl ou azotemia
 
– Apresentação, na biópsia renal, de avançado grau de fibrose e atrofia das estruturas dos rins, como túbulos, vasos sanguíneos e glomérulos
 
– Pacientes com hipertensão SEVERA têm maior risco de evoluir para insuficiência renal crônica
 
– Biópsia MOSTRANDO crescentes subendoteliais de IgA
 
 

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