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Função renal residual é importante e tem seus benefícios

27 de Novembro de 2023

 A insuficiência renal crônica (IRC) é uma doença caracterizada pela falência lenta, progressiva e silenciosa da função renal, responsável por filtrar o sangue e eliminar os resíduos nocivos ao organismo. “Todo paciente com doença renal deve ser submetido a avaliação da função dos rins através da estimação da taxa de filtração glomerular a partir do exame de creatinina. Essa medida é usada clinicamente para avaliar o grau de disfunção renal e baseado nela, programar o tratamento. Se a insuficiência renal evoluir o paciente pode necessitar fazer diálise”, alerta a médica Vivianne Pinheiro, nefrologista da Uninefron.

 
Ainda de acordo com Vivianne Pinheiro, quando o paciente tem doença renal crônica avançada e precisa começar alguma modalidade de diálise, os rins dele, geralmente ainda apresentam alguma capacidade de filtração do sangue, chamada função renal residual. “Apesar de ser insuficiente para manter o paciente fora da diálise, essa função renal residual é importante e tem diversos benefícios”, garante.
 
Entre os benefícios – continua a nefrologista – estão a remoção de toxinas do sangue e, em virtude do volume de urina produzida, um melhor controle de líquidos do corpo. Existem outros benefícios como, melhor controle da anemia, melhor estado nutricional e redução do prurido associado à doença renal crônica. “Nos pacientes em diálise qualquer nível de função renal residual continua contribuindo com a eliminação das toxinas, lembrando que essa filtração é contínua, diferente da remoção pelo tratamento hemodialítico que é intermitente, por 12 horas na semana”, esclarece Vivianne Pinheiro.
 
Explica ainda ela que, tanto no paciente em hemodiálise ou na diálise peritoneal existe um efeito benéfico na sobrevida. “Tudo isso influencia na mortalidade, morbidade e qualidade de vida e quanto mais tempo a função renal residual for preservada, melhor será o prognóstico do paciente”, completa a médica.
 
 Alguns fatores impactam a perda da função renal residual e nem sempre podem ser evitados
 
Infelizmente, alguns fatores impactam a perda da função renal residual e nem sempre podem ser evitados: tempo de diálise, doenças cardíacas e vasculares, perda de proteínas na urina, diabetes, idade avançada. Vivianne Pinheiro alerta para o uso de fármacos nefrotóxicos, como o anti-inflamatório e de contraste iodado para realização de exames radiológicos, que podem ser prejudiciais aos rins. “Outro fator importante é a ocorrência de hipotensão durante e depois da hemodiálise levando a redução da perfusão renal”, alerta ela.
 
“A perda da função renal residual é um processo progressivo e inevitável. A velocidade de progressão varia de caso a caso, dependendo, dentre outros fatores citados acima, da causa da doença renal e do tipo de modalidade de diálise escolhido. É importante lembrar a necessidade de cultivar hábitos saudáveis, que incluem uma alimentação regrada, atenção à ingestão de líquido e prática de atividade física para uma melhor qualidade de vida”, conclui a nefrologista Vivianne Pinheiro, da Uninefron.

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