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Rins policísticos: saiba o que é, sintomas e tratamento

09 de Outubro de 2023

A doença renal policística autossômica dominante (DRPAD) é uma doença sistêmica caracterizada por cistos renais bilaterais, associada a cistos em outros órgãos, como fígado, pâncreas e cérebro. “De acordo com a nefrologista da Uninefron, Vivianne Pinheiro, esses cistos aumentam de tamanho gradualmente e, muitas vezes, destroem o tecido normal, comprometendo a função renal. De origem genética/hereditária, o distúrbio acomete aproximadamente 1 em cada 400 a 1000 pessoas, de acordo com o site MD.Saude.
Ainda de acordo com a médica, a DRPAD ocorre em todas as etnias. Na maioria dos pacientes, o diagnóstico é feito décadas mais tarde, e a hipertensão é a principal manifestação clínica e contribuinte para a progressão para doença renal crônica. “A DRPAD apresenta uma progressão bastante lenta e costuma permanecer silenciosa por décadas. Na maioria dos pacientes, a função renal é mantida dentro da normalidade até a quarta ou sexta década de vida, pois o tamanho renal aumenta com a idade e com a severidade do crescimento dos cistos”, explica Vivianne Pinheiro.
Vale ressaltar – continua a nefrologista – que outros sintomas podem se manifestar, como presença de sangue na urina (hematúria), dor e disfunção renal. A maior parte dos sintomas está associado ao aumento dos cistos renais, o que pode levar à compressão de estruturas locais e, com isso, o surgimento de sintomas digestivos, entre outros. A hematúria macroscópica pode ocorrer em 40% dos pacientes, em algum momento da doença. A infecção do trato urinário é comum e pode se apresentar como cistite, pielonefrite aguda, infecção do cisto ou abscesso perirenal. Já a nefrolitíase ocorre em 20% dos pacientes com DRPAD.
“O diagnóstico pode ser confirmado a partir da avaliação de um nefrologista ou urologista dos sinais apresentados pelo paciente, do histórico familiar e da realização de ultrassonografia, tomografia computadorizada, ressonância magnética e exame de urina. A ultrassonografia é o mais usado como teste diagnóstico, pelo baixo custo e segurança, na qual, pelo menos, três cistos renais unilaterais ou bilaterais, entre as idades de 15 e 39 anos; ou dois cistos em cada rim, entre 40 e 59 anos, caracterizam indivíduos de risco. Uma USG normal em pacientes abaixo de 30 anos não exclui DRPAD”, garante Vivianne Pinheiro.
 
Ainda não existe tratamento específico para curar a doença renal policística
 
A nefrologista Vivianne Pinheiro alerta que ainda não existe tratamento específico para curar a doença renal policística. Por enquanto, as atenções estão voltadas para o alívio dos sintomas e o controle das complicações renais e extrarrenais. “A pior manifestação dela é a insuficiência renal crônica que, muitas vezes, só é diagnosticada quando os cistos praticamente destruíram todo o tecido renal sadio. Pacientes com insuficiência renal crônica avançada precisam de hemodiálise enquanto aguardam transplante renal”, esclarece.
Ainda de acordo com a médica, existem algumas medicações que, se utilizadas em situações especiais, retardam a progressão da doença, trazendo maiores benefícios com a redução da perda de função renal. Pessoas diagnosticadas com rins policísticos precisam seguir outras recomendações, como manter uma dieta adequada, evitar sal em excesso, beber bastante líquido, praticar atividade física regular e ficar longe do cigarro. “A hipertensão pode ser identificada e tratada precocemente. É imprescindível controlar a pressão arterial, pois quanto mais alta for a pressão, mais rápido a doença renal crônica se desenvolve. Todas essas condutas vão ajudar a retardar a evolução da insuficiência renal e proporcionar uma melhor qualidade de vida”, finaliza a nefrologista da Uninefron, Vivianne Pinheiro.
 
 

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