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Importância do controle de ingestão de líquido e dieta saudável para pacientes com doença renal crônica

11 de Setembro de 2023

Os cuidados com a saúde de pacientes com doença renal crônica são rigorosos. Com a redução da função renal, pode ocorrer um acúmulo excessivo de líquidos no organismo, acarretando um desequilíbrio de eletrólitos corporais (minerais) e o aumento na pressão arterial, que é um fator preocupante. “Por isso, é importante estar atento ao controle da ingestão de líquidos, aliado a uma dieta saudável”, garante o médico Flávio Galindo, nefrologista da Uninefron. Ainda de acordo com o especialista, doentes renais crônicos em estágios avançados e sem o devido controle, podem apresentar edemas (inchaços) nas pernas, tornozelos, pés e mãos, bem como no rosto.

 
O especialista explica ainda que para pacientes com doença renal crônica em tratamento conservador, na maioria das vezes, não há restrições hídricas. Nesses casos, o consumo adequado corresponde a cerca de 35 ml por quilo de peso corporal – mesma quantidade recomendada para a população saudável, em geral.
 
Flávio Galindo também alerta que uma forma de saber se a ingestão de água está adequada é observando a cor da urina. “Se estiver amarelo-clara é um bom sinal. Outro indicativo importante é a frequência com a qual a pessoa sente necessidade de ir ao banheiro. Se estiver urinando pouco e o xixi estiver escuro, significa que a ingestão está abaixo do recomendado. Por outro lado, se estiver urinando muito e o xixi sair transparente, a quantidade de água pode estar excessiva”, esclarece.
 
Segundo Flávio Galindo, no caso de pacientes que estão realizando diálise, deve-se fazer um rigoroso controle de líquidos, inclusive, considerando a água presente nos alimentos. Nesses casos, recomenda-se ingerir o equivalente ao volume urinário produzido em 24 horas acrescidos de 500 ml. Na prática, quem urina pouco deve beber pouco mais de meio litro.
 
Bebidas açucaradas, como refrigerantes e refrescos artificiais, devem ser evitadas
 
O médico Flávio Galindo orienta que se deve evitar bebidas açucaradas, como refrigerantes e refrescos artificiais, pois estes possuem grande quantidade de açúcar e conservantes, o que pode aumentar ainda mais a sede. Segundo ele, é recomendável preferir água, chás naturais, águas saborizadas com frutas. Essas orientações gerais são importantes, mas o médico ressalta que cada paciente tem suas particularidades e estas devem ser consideradas para uma recomendação final.
 
Além disso, a dieta também deve ser bem pensada e orientada por um profissional de acordo com o quadro de insuficiência renal crônica (IRC) do paciente. Nas fases iniciais da IRC, uma alimentação saudável inclui diversos cereais, sobretudo cereais integrais, frutas e legumes frescos. “Lembre-se: seu organismo precisa de energia suficiente para funcionar corretamente. A principal parte do seu fornecimento de energia deve originar-se dos carboidratos e nas escolhas das gorduras mono e poli-insaturadas, que são as gorduras boas encontradas em alimentos como azeite de oliva e peixes”, ressalta Flávio Galindo.
 
“Com a progressão da IRC”, – continua Galindo – “é preciso adaptar ainda mais a alimentação: as fases posteriores exigem uma redução mais rigorosa da ingestão de proteínas, passando de uma alimentação com baixo teor de proteínas para uma alimentação com quase zero teor em proteínas. Os alimentos ricos em proteínas são: carne, peixe, frango, ovos e produtos lácteos”, lembra.
 
O médico ressalta que é importante que o estado nutricional seja regularmente avaliado, sobretudo nas fases mais avançadas da doença renal crônica, quando aumenta o risco de desnutrição proteico-calórica e sobrecarga de líquidos. “A combinação de dieta e ingestão de líquido deve ser feita a partir da recomendação do médico ou nutricionista. Tudo isso com o intuito de auxiliar o controlar do quadro de insuficiência renal e promover uma melhor qualidade de vida destes pacientes”, garante o médico Flávio Galindo, nefrologista da Uninefron.

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