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Dia Mundial da Hipertensão: nefrologista Ângela Santos faz um alerta sobre os perigos da doença para a saúde renal

19 de Maio de 2023

Nesta quarta-feira (17/05), o mundo acendeu mais um alerta para uma doença silenciosa e extremamente perigosa: a hipertensão. A doença, conhecida popularmente como “pressão alta”, pode causar acidente vascular cerebral, enfarte, aneurisma, insuficiência cardíaca e renal. Segundo o último relatório emitido pelo Ministério da Saúde, em 2016, a doença foi responsável pela morte de quase 50 mil pessoas no Brasil. Neste Dia Mundial da Hipertensão, a médica Ângela Santos, nefrologista da Uninefron, tira algumas dúvidas sobre a doença e aponta os perigos da patologia para a saúde renal.
 
Como estão os números de hipertensão no mundo e no Brasil?
 
No último levantamento da Organização Mundial da Saúde, publicado em 2019, havia o registro de que 1,2 bilhão de pessoas adultas no mundo tinham hipertensão. A doença era responsável por 8,5 milhões de mortes em todo o planeta. É um número extremamente preocupante, e o cenário não é diferente no Brasil, infelizmente. O último apontamento do Ministério da Saúde, de 2017, diz que 388 pessoas morriam por dia no país por conta da doença. A prevalência chegou a 24,3% da população, um número altíssimo. Outro fator preocupante é que as mulheres continuam sendo as maiores vítimas do acometimento da patologia.
 
Quais os números de pacientes renais no Brasil que estão fazendo diálise por conta da hipertensão?
 
A Sociedade Brasileira de Nefrologia realizou um estudo em 2018 que apontou que 32,5% dos pacientes em diálise no Brasil desenvolveram a insuficiência renal crônica em decorrência da hipertensão. A doença é um dos maiores fatores de causa de problemas renais, por isso estamos sempre chamando a atenção para o assunto. Por outro lado, quase 80% dos pacientes em diálise regular apresentam hipertensão.
 
Isso significa que pacientes com doença renal podem desenvolver a hipertensão?
 
Podem, sim. Ao longo da evolução da doença, os problemas na filtração sanguínea e na excreção de líquidos podem resultar no desenvolvimento da hipertensão nesses pacientes. A hipertensão é uma doença séria, que envolve vários fatores.
 
Por que a hipertensão é tão prejudicial para os rins?
 
A hipertensão provoca acúmulo de placas de gordura e enrijecimento nas paredes internas dos vasos sanguíneos, tornando o percurso do sangue mais dificultoso. A longo prazo, isso pode tornar o trabalho de filtração dos rins mais difícil e causar uma sobrecarga nesses órgãos. Esse esforço, por sua vez, pode levar à disfunção renal ou até à falência renal.
 
Como identificar que um paciente está com hipertensão?
 
Alguns sintomas podem sugerir que um indivíduo está com hipertensão, como dores no peito e na cabeça, tonturas, visão embaçada, fraqueza e sangramento nasal, comuns em episódios de elevação da pressão arterial, mas somente a aferição frequente e regular da pressão é capaz de indicar um diagnóstico preciso de hipertensão.
 
Na sua opinião, quais são as perspectivas para os próximos anos?
 
A perspectiva é crítica, pois, em 2019, 41% das mulheres e 51% dos homens estudados pela OMS sabiam que tinham a doença, apesar de ela ter um diagnóstico relativamente fácil e tratamento com baixo custo. É uma falha que atinge a saúde pública em nível mundial. Portanto, infelizmente, ainda pode haver um aumento significativo no número de hipertensos.
Mas isso pode ser revertido com uma política de prevenção, que pode ser feita em casa, evitando o consumo excessivo de sal, não fumando e não bebendo bebidas alcoólicas. Fatores relacionados à rotina também podem contribuir para o surgimento da doença, como a obesidade e o estresse, então, manter uma alimentação equilibrada, praticar atividades físicos, controlar o nível de colesterol e cuidar da saúde mental também são atitudes importantes.

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