Confira, a seguir, a explicação do nefrologista Flávio Galindo, da Uninefron, sobre como cada substância age nos nossos rins e como identificar alimentos saudáveis por meio de rótulos e embalagens. Vale ressaltar que as informações a seguir têm valor somente informativo e que uma consulta a um nutricionista é fundamental para prescrição de dietas específicas.

 

Proteínas

 

As proteínas são substâncias importantes para a formação das células e a renovação dos músculos e tecidos, mas esse processo resulta em um produto final: a ureia, que pode se tornar prejudicial aos rins. “Após a metabolização, o acúmulo em excesso de ureia pode favorecer a formação de cristais de ácido úrico, que pode provocar crise de gota e cálculos renais”, explica o nefrologista.

 

“A recomendação não é eliminar drasticamente a proteína da dieta, mas é preciso ter cautela no consumo para evitar problemas a longo prazo, especialmente aqueles indivíduos que já possuem doenças renais, já que a substância pode sobrecarregar os rins doentes, aumentar a taxa de filtração e desencadear o desenvolvimento de doenças crônicas”, ressalta Galindo.

 

Sódio

 

O sódio é uma substância presente no sal que pode ser extremamente prejudicial aos rins. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS) uma ingesta de 5g gramas de sal, por dia, é o ideal para um adulto saudável, podendo, assim, controlar a hipertensão e proteger a função renal. Segundo Flávio Galindo, é preciso evitar alimentos que apresentem nível elevado de sal impresso na embalagem.

 

“O excesso de sódio está diretamente ligado ao desenvolvimento da hipertensão, uma das principais causas de doença renal. A substância também tem relação direta com o aparecimento de cálculos renais, portanto, reduzir a ingestão de sal e aumentar o consumo de líquidos é fundamental para uma boa saúde dos rins”, completou o médico.

 

Gorduras totais, saturadas e trans

 

A gordura é discriminada, geralmente, em três tipos principais nos rótulos dos alimentos. As gorduras totais representam a soma de todos os tipos de gordura presentes naquele produto. Já a gordura saturada está presente nos alimentos de origem animal, como carnes e derivados de leite, e pode ser prejudicial especialmente para o coração. A gordura trans é tida como grande vilã, já que aumenta o nível de colesterol ruim e pode ser extremamente danosa para o organismo.

 

“As gorduras são uma das principais fontes de energia para o corpo e não podem ser eliminadas da rotina. No entanto, é importante saber qual tipo de gordura estamos consumindo. Produtos com gordura saturada não devem ser absolutamente eliminados da dieta, pois esse tipo de substância ajuda no armazenamento de vitaminas A, D, E e K, por exemplo, contudo é necessário moderação”, comenta Flávio Galindo e continua: “Já os alimentos ricos em gordura trans, por sua vez, devem ser evitados, pois podem elevar a pressão arterial e causar hipertensão, um dos principais fatores de risco para doenças renais”, analisa o nefrologista.

 

Fibras

 

“Uma dieta rica em fibras pode ajudar o trato digestivo a trabalhar melhor, pois estas têm efeitos laxativos e ajudam a abaixar os níveis de colesterol e glicose no sangue. Ou seja, associada a outros fatores, elas podem ajudar a regular a hipertensão e controlar o diabetes. Sendo assim um tipo de substância benéfica para a manutenção da saúde renal, procurar na prateleira produtos com bons níveis de fibra pode ser uma alternativa positiva para a alimentação diária”, recomenda o médico.

 

Carboidratos

 

Os carboidratos disponibilizam energia para o nosso corpo, e uma das principais fontes dessa substância é o açúcar, que pode ser encontrado de diversas maneiras, como em pães, massas e doces. Consumir alimentos com alto índice de carboidratos pode favorecer o surgimento do diabetes, outro grande potencializador da insuficiência renal.

 

“O diabetes pode fazer com que os rins precisem filtrar um volume maior de sangue para manter o organismo em equilíbrio. Esse esforço desordenado pode causar prejuízos para esses órgãos. Isso não quer dizer que devemos eliminar os carboidratos da nossa dieta, mas comparar os rótulos e optar por alimentos com níveis menores dessa substância pode render uma diferença enorme no bem-estar”, garante o nefrologista Flávio Galindo, da Uninefron.