Blognews

Nefrologista alerta sobre os perigos da hipertensão para a saúde renal

11 de Janeiro de 2023

A pressão alta descontrolada, a longo prazo, pode levar a uma sobrecarga no funcionamento do rim. “No entanto, muitas pessoas ainda desconhecem a relação entre a doença e os graves problemas que ela pode causar ao longo da vida. Manter a pressão arterial controlada é um fator extremamente importante para a prevenção da doença renal”, alerta o nefrologista Mário Henriques, da Uninefron.
 
Para isso, de acordo com o médico, é preciso entender o que é pressão arterial, qual sua importância para nosso organismo, como ela “fica alta”, quais os perigos que ela causa e, principalmente, como pode afetar os rins. “O coração bombeia o sangue para os demais órgãos por meio das artérias. Quando o sangue é bombeado, ele é ‘pressionado’ contra as paredes desses vasos. Essa tensão natural provocada pelo sangue na parede das artérias é chamada de pressão arterial”, explica Mário Henriques.
 
Tecnicamente, há uma classificação numérica que representa o nível da pressão arterial natural — a mais famosa é a “12 por 8”, que indica uma pressão estável, apesar de não ser a única que demonstra essa normalidade. Quando o limite é excedido, a pressão “fica alta”.
 
E essa elevação pode acontecer por diversos motivos, inclusive naturais e sem prejuízos para a saúde, como durante a prática de exercícios físicos. “Porém, torna-se perigosa quando permanece de forma contínua e crônica, podendo prejudicar a saúde de forma grave. Isso pode acontecer devido ao acúmulo de placas de gordura ou enrijecimento da parede dos vasos, natural com o avançar da idade, causando uma resistência maior no fluxo sanguíneo. É aí que surge a hipertensão. Um dos fatores que sobrecarregam o funcionamento do rim”, assegura o nefrologista.
 
Como a hipertensão sobrecarrega o coração e os rins
 
“Muitos fatores podem contribuir para o surgimento da hipertensão, como má alimentação, sedentarismo, obesidade, consumo de bebidas alcoólicas e cigarro, estresse extremo ou predisposição genética. Mas, independentemente da causa, as consequências podem ser gravíssimas. A doença pode causar lesões em vários órgãos, como no próprio coração e nos rins”, esclarece Mário Henriques.
 
Segundo ele, quando o hipertenso não controla a pressão arterial, o coração precisa fazer mais esforço para trabalhar e distribuir o sangue pelo corpo. E isso representa uma carga não apenas para o sistema circulatório, mas para os rins, que têm a função natural de filtrar o sangue. É aí que o problema renal decorrente da hipertensão surge nesse paciente.
 
“Esse esforço extra e não esperado pelos rins pode causar uma sobrecarga no trabalho renal. A longo prazo, a hipertensão pode forçar os rins demasiadamente, levando à disfunção renal ou até falência renal. Nesses casos, os rins param de funcionar e o indivíduo precisar de tratamentos como diálise ou até transplante renal”, garante o especialista.
 
“Precisamos lembrar também que os rins são úteis para manter uma pressão sanguínea estável. Isso porque, quando há elevação da pressão, os rins aumentam a excreção de água e sódio, ocasionando a diminuição do volume sanguíneo. Isso ajuda o coração a trabalhar, já que o líquido estará menos volumoso e poderá percorrer o fluxo arterial com mais facilidade. Ou seja, é uma via de mão dupla”, diz Mário Henriques.
 
O médico lembra ainda que, de acordo com a Sociedade Brasileira de Nefrologia, a hipertensão é a principal causa de insuficiência renal crônica no Brasil. No ano de 2018, segundo o órgão, 32,5% dos pacientes em diálise no país desenvolveram a doença em decorrência da hipertensão.
 
“Algumas pessoas não dão importância para a pressão arterial e não fazem a aferição regularmente. Muitos jovens, por exemplo, só descobrem que estão com a pressão alta durante um atendimento de emergência ou internação por outros fatores, e isso é bastante perigoso. Por isso, é imprescindível controlar a pressão arterial e, mais do que isso, consultar regularmente um médico para averiguar como está a saúde arterial”, finaliza o nefrologista Mário Henriques, da Uninefron.

Voltar