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Mulheres são mais propensas a ter doenças renais; saiba se cuidar

07 de Novembro de 2022

A doença renal crônica é um problema global de saúde pública, com aumento do número de casos na última década em virtude do aumento da expectativa de vida da população. Mundialmente a doença renal crônica é cerca de 1,3 vezes mais frequente em mulheres do que em homens.

 
De acordo com o Instituto de Métricas e Avaliação em Saúde da Universidade de Washington, nos Estados Unidos, a insuficiência renal crônica é a oitava maior causa de morte entre mulheres, provocando 600 mil óbitos femininos por ano no mundo.
 
Segundo a médica nefrologista Vivianne Pinheiro, da Uninefron, as mulheres são mais propensas a serem acometidas de doenças renais, e isso tem explicação: existem vários fatores ligados à saúde feminina que podem favorecer esse quadro. O diabetes, por exemplo, está entre os principais fatores de risco para doenças renais e é mais comum em mulheres do que em homens, apesar do aumento da prevalência no sexo masculino nos últimos anos.
 
Outra situação de risco aumentado para doença renal em mulheres são as complicações que podem surgir durante a gravidez. “Durante a gestação normal, existem mudanças fisiológicas do organismo materno que acarretam o aumento do volume sanguíneo e do tamanho dos rins, provocando aumento da taxa de filtração renal e dilatação pieloureteral. Gestantes devem ter atenção especial à saúde dos rins, porque a gestação pode facilitar o surgimento de complicações que acometem a função renal, como hipertensão arterial, pré-eclâmpsia, infecções renais agudas, especialmente se já houver histórico de problemas renais. Nestes casos, um acompanhamento nefrológico é essencial durante todo o período gestacional”, explica a especialista.
 
Ela também explica que as mulheres, geralmente, são as mais afetadas por doenças imunológicas, como lúpus, em que os pacientes desenvolvem autoanticorpos que atacam as próprias células e órgãos, podendo afetar os rins. A relação de incidência entre mulheres e homens pode chegar a 10:1.
 
Vivianne diz que a anatomia feminina também favorece o surgimento de infecções do trato urinário, as quais podem desencadear problemas renais. A incidência de infecção urinária em homens adultos com menos de 50 anos de idade é bem menor do que em mulheres.
 
“Fatores que explicam a grande diferença na prevalência de infecção urinária entre homens e mulheres incluem que a mulher possui uma uretra mais curta do que os homens e mais próxima ao ânus, o que facilita aos patógenos da flora retal chegar à bexiga através da uretra, ocorrendo a proliferação de bactérias. Essa infecção da bexiga pode atingir o rim e causar pielonefrite, sendo esta uma infecção mais grave”, aponta a nefrologista da Uninefron.
 
“Também é preciso estar atenta à presença de comorbidades que possam agravar a incidência de doença renal, como hipertensão e obesidade. Além disso, fazer visitas regulares ao nefrologista, manter alimentação saudável e praticar exercícios físicos pode ser uma boa maneira de evitar problemas renais”, recomendou Vivianne Pinheiro, nefrologista da Uninefron.

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