Anemia é uma das preocupantes complicações da doença renal crônica
22 de Dezembro de 2021
Fadiga, mal-estar, perda de apetite, pressão alta, perda de peso importante e até soluço. São muitos os sintomas comuns em pacientes com doença renal crônica. Um deles, em especial, requer bastante atenção: a anemia. “Caracterizada por uma baixa concentração de células vermelhas no sangue, condição capaz de causar redução do fluxo de oxigênio nos órgãos, a anemia pode indicar um problema renal”, alerta a nefrologista Vivianne Pinheiro, da Uninefron.
“A doença renal crônica faz os rins perderem a capacidade de realizar várias funções, entre elas a de produzir um hormônio estimulante da produção das células vermelhas do sangue. Por isso, a presença da anemia seria um alerta para uma possível presença de insuficiência renal, sendo mais comum com o avanço da doença”, continua Vivianne Pinheiro.
A anemia pode surgir no início do diagnóstico da doença renal e existir um agravamento à medida que os rins perdem a sua capacidade de filtração e de produção de um hormônio importante, denominado eritropoietina (EPO). De acordo com a médica, a EPO é responsável pela produção de células vermelhas, os quais transportam o oxigênio para todos os órgãos e tecidos do organismo. No diagnóstico de doença renal, os rins não conseguem produzir EPO em quantidade suficiente e isso, consequentemente, resulta na anemia. É importante reforçar que os pacientes diabéticos desenvolvem anemia mais frequentemente quando associada a doença renal.
“A anemia contribui para redução da qualidade de vida, levando à fadiga e à capacidade física reduzida, o que pode interferir em várias funções fisiológicas. A insuficiência renal crônica tem uma evolução lenta, progressiva e insidiosa, e muitos dos sintomas podem ser causados não só pela elevação da ureia e retenção de líquido no corpo, como enjoo, falta de apetite e hipertensão, mas também por anemia associada à doença renal.”, explica a nefrologista.
O diagnóstico da anemia é realizado através de um exame de sangue em que se mede a concentração de hemoglobina. Com o tratamento da anemia, há melhora da fadiga, da capacidade cardiorrespiratória e da qualidade de vida. Outros efeitos benéficos da correção da anemia são melhora do sono, da função cognitiva e da força muscular.
Quando não devidamente acompanhada e tratada, a insuficiência renal pode causar uma série de efeitos secundários sobre o nosso corpo. “Para se prevenir, é necessário realizar exames periódicos, seguir uma alimentação equilibrada, atividade física regular para evitar o surgimento ou agravamento de doenças cardiovasculares, diabetes e hipertensão, que são fatores de risco para doenças renais. Em relação ao tratamento da anemia, além do uso da EPO, a reposição de ferro é importante. A consulta com um médico nefrologista é essencial para o diagnóstico da doença renal, a identificação de complicações associadas, como a anemia, e o tratamento individualizado”, conclui Vivianne Pinheiro, da Uninefron.