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Grávidas portadoras de doença renal crônica devem redobrar os cuidados

09 de Fevereiro de 2024

 Uma dúvida comum entre muitas pessoas é se mulheres com doença renal crônica podem engravidar. A resposta é sim, no entanto, elas têm mais dificuldades para conseguir. De acordo com o nefrologista da Uninefron, Mário Henriques, a taxa de gravidez nas pacientes que precisam de suporte renal artificial é bem menor do que no restante da população feminina em idade fértil. “Além disso, elas são mais propensas a desenvolver hipertensão arterial, mais especificamente, a pré-eclâmpsia”, explica o médico.

 
Por isso, segundo Mário Henriques, algumas orientações específicas passadas por um obstetra, um nefrologista e um nutricionista devem ser seguidas. O nefrologista destaca os principais cuidados que essas pacientes precisam ter ao longo da gestação:  manter os níveis de ureia baixos, controlar a anemia, controlar a pressão arterial, prevenir infecções, passar por rastreamento da presença de bacteriúria assintomática (responsável pela ocorrência de infecção urinária), passar por revisão dos medicamentos que estão tomando para evitar o consumo de agentes prejudiciais ao feto, controlar alterações do metabolismo fósforo -cálcio, entre outros. “A falta de atenção a esses fatores pode ser prejudicial tanto para o andamento da gravidez, como para as funções renais”, alerta o médico.
 
Gravidez e as mudanças no tratamento de diálise e transplante renal
 
O médico Mário Henriques explica que, durante a gestação, são indicadas algumas mudanças no tratamento de diálise, que passa a ser realizada diariamente. Além disso, nos casos de diálise peritoneal, sugere-se convertê-la temporariamente para hemodiálise. “Essa alteração é feita devido ao aumento do volume uterino e às alterações na pressão do abdômen, que ocorre à medida que a gestação evolui, tornando a superfície de troca insuficiente”, garante.
 
Ainda de acordo com médico, as gestantes que passaram por um transplante de rins anteriormente também precisam ser acompanhadas. “Um dos cuidados mais importantes que os médicos devem ter com elas é a prescrição do medicamento de imunossupressão, para que este não afete o bebê. Nesse contexto, existe a possibilidade de rejeição do rim transplantado. Pensando também na preservação desse órgão, o parto deve ser por via vaginal. E, no que se refere às mulheres que doaram um rim, elas não têm sua fertilidade afetada e a gestação segue sem maiores riscos”, finaliza o nefrologista da Uninefron, Mário Henriques.

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