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Dengue e doenças renais – saiba quais as principais consequências dessa associação

19 de Abril de 2024

Dados do Ministério da Saúde apontam que o Brasil já ultrapassou a marca de 2 milhões de casos de dengue em 2024. Esse número preocupa pelas complicações da própria doença, como também por outros problemas de saúde que podem surgir em decorrência dela. De acordo com a médica Ângela Santos, nefrologista da Uninefron, os quadros graves de dengue, principalmente da dengue hemorrágica, podem levar a complicações de saúde diversas, inclusive à insuficiência renal aguda em 5% dos casos. “Além disso, pacientes que já convivem com uma doença renal podem ter seu quadro agravado se contrair o vírus transmitido pelo mosquito Aedes aegypt”, garante.
 
Segundo Ângela Santos, as pessoas sem problema renal preexistente podem desenvolver uma doença leve, mas também pode apresentar complicações mais sérias, como a injúria renal aguda (IRA). “A IRA é mais comum nos pacientes que precisam de internação hospitalar devido à infecção. Já para aqueles que são internados em UTI, as chances de precisarem fazer diálise é maior”, pontua a médica.
 
“Os principais fatores de risco para desenvolvimento do problema” – continua a médica – “são idade avançada, febre hemorrágica, diabetes mellitus, obesidade, doença renal crônica prévia, ser do sexo masculino e ter lesões musculares conhecidas, como rabdomiólise”.
 
Já para as pessoas que já são pacientes renais, o principal ponto de atenção é a hidratação, que precisa ser reforçada durante o tratamento da dengue. “Isso ocorre porque o vírus provoca uma alteração da permeabilidade dos vasos sanguíneos, o que ocasiona grande perda de líquido”, explica Ângela Santos.
 
A nefrologista acrescenta que, como os pacientes renais têm ausência ou redução da capacidade de urinar, essa hidratação deve ser monitorada. Além disso, eles devem ser acompanhados em leito de observação e passar por exames laboratoriais até a pressão arterial estar estabilizada, ser constatada a ausência de febre e a melhora dos exames de plaquetas e hematócrito.
 
Nefrologista alerta para os principais sintomas da dengue
 
A médica Ângela Santos alerta para os principais sintomas da dengue. “No caso das pessoas portadoras de doenças renais, é imprescindível estar atento aos sinais da dengue. Em caso de identificados, o paciente ou seus familiares deverão procurar, imediatamente, a clínica nefrológica, para seja iniciada prontamente a melhor conduta terapêutica para estabilizar o paciente”, esclarece.
 
De acordo com a médica, alguns sintomas podem estar associados à dengue, como febre alta, dor de cabeça, dor retro-orbital (atrás dos olhos), cansaço intenso, dor muscular, conjuntivite sem secreção. Vale lembrar que o mosquito Aedes aegypt também provoca febre amarela, Zika e Chikungunya, que podem ser ainda mais perigosas para pacientes renais.
 
Para finalizar, a médica destaca também que a prevenção é a principal arma contra a dengue e suas possíveis complicações, ainda mais neste momento de epidemia. “Alguns cuidados preventivos devem ser tomados por todos, como a eliminação de focos de proliferação do mosquito, como água parada, usar repelente quando o corpo estiver exposto e roupas compridas para evitar exposição, além de telas nas janelas das casas”, concluiu Ângela Santos, nefrologista da Uninefron.
 

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